BIOGRAFIA
CURRÍCULO
Em 1949 participa do nascimento do grupo Os Surrealistas, ao lado de Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Pedro Oom, Mário Henrique Leiria, Risques Pereira, Fernando Alves dos Santos, Carlos Eurico da Costa e Fernando José Francisco. Enquanto membro deste grupo participou em várias iniciativas como exposições ou manifestações públicas.
Cruzeiro Seixas dedicou especial atenção às formas de arte que contrariavam o estatuto de artista, estimulavam a arte não ligada a escolas ou movimentos artísticos numa valorização do trabalho feito por pessoas desprovidas de formação artística, que considerava como puras. Foi neste sentido que atuou valorizando o trabalho do amigo António Paulo Tomaz.
Em 1951 alista-se na Marinha Mercante viajando por África, Índia e Extremo Oriente até se fixar em Angola em 1952. Efectuou viagens pelo interior do país que lhe permitiram criar uma coleção etnográfica, embora não sendo etnógrafo, uma vez que nunca teve essa preocupação. Realiza também algumas exposições individuais, a primeira delas em 1953 em Luanda, onde coloca à disposição 48 desenhos. A segunda exposição, em colaboração com Alfredo Margarido virá no ano seguinte, também na mesma cidade, constituída por colagens e objetos. Esta exposição levantou uma grande polémica e um movimento de opinião, uma vez que o sentido de Cruzeiro Seixas não era de pendor colonialista. Interessado por Museologia, em 1960 começa a desempenhar funções no Museu de Angola. O regresso à Europa acontece em 1964, em virtude da guerra.
Em 1968 foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Dirigiu diversas galerias, entre elas a Galeria de São Mamede e a Galeria da Junta do Estoril.
Foi responsável por impulsionar a vida artística promovendo exposições, trabalhando com museus e galerias e desenvolvendo a sua própria arte, destacando-se sobretudo como desenhador. Expôs individual e coletivamente, em Portugal e fora do território nacional. Participou na Exposição Internacional Surrealista, na Holanda (1969) ou na World Surrealist Exhibition, nos Estados Unidos da América (1976). A sua carreira internacional beneficiou ainda do facto de estar ligado ao grupo Phases, de Paris, o que lhe permitiu aparecer em várias apresentações colectivas do grupo, assim como em diversas publicações como Phases, Brumes Blondes ou La troute-lièvre.

Em 1986 vê editado o seu livro de poemas Eu Falo em Chamas. Em 1989 o seu trabalho é reconhecido através do prémio SOCTIP Artista do Ano, na sequência do qual é publicado o álbum Cruzeiro Seixas sobre a sua vida e obra.
Em 1981 participa na exposição Phases, Permanance du Regard Surréaliste, em Lyon. Em 1984 participa na exposição de Surrealismo Periférico organizada por Luís Moura Sobral no Canadá. De 1984 a 1989 dirige a Galeria de Vilamoura, no Algarve onde realiza exposições de Júlio, Sarah Afonso, Carlos Calvet, Júlio Pomar, Jorge Vieira e a coleção de José Pierre, entre outros. Em 1989 regressa a Lisboa.
Em 1993 doa ao Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro parte do seu trabalho e espólio documental. Por sua vez, em 1999 à Fundação Cupertino de Miranda é doado a totalidade da sua colecção.
Em 2000 é editado o álbum O que a Luz Oculta com poemas e desenhos de sua autoria. A Fundação Cupertino de Miranda dedica-lhe uma exposição retrospectiva e de homenagem por ocasião do seu 80.º aniversário. Desta exposição resulta um álbum biográfico com a reprodução de cerca de 150 das suas obras.




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